sexta-feira, 6 de novembro de 2009

(17) Preparando-se para a Caçada (Parte VI)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009
De repente, eis que, ao longe, surge na rua que cruzava pelo beco, uma silhueta apressada. Chantal salta imediatamente, colocando-se de pé ao lado da jovem.

- Achamos o que procurávamos! – Fala baixinho, tentando não se fazer escutar pelo transeunte.
- E o que seria? – Aimée estava confusa. Num momento estava com Chantal em seus braços, em outro ele apontava uma pessoa a passear pela rua. A jovem não entendia os devaneios do mestre. O homem parecia ter nascido para estragar qualquer momento que implicasse em sentimentos ou emoções profundas.

- Seu jantar, é claro! – Brinca o mestre.

- Acha que estou pronta? O que faço?

- Vamos segui-lo e analisá-lo por alguns instantes, quando for o momento eu lhe direi.

Aimée concordou com a cabeça. De fato, não esperava que o mestre a deixasse sozinha em situação tão adversa. Afinal, era sua primeira caçada e não fazia idéia de como seria ou de que precisaria fazer.

Chantal fez sinal para que o acompanhasse pelos telhados novamente. Do alto, os dois se aproximavam da figura que cruzara o beco. Era um homem de meia idade, magro, que parecia vagar sem um rumo certo. Aimée percebeu isso porque, várias vezes, ele contornou a rua como se tivesse errado o caminho para entrar em outra.

- Parece bêbado. - Diz a moça.

- Não está.

- Como sabe?

- Por que durante as voltas que deu ele não cambaleou ou tramou as pernas nenhuma vez. Vejo que parece perdido. Isso é bom.

- Por quê?

- Por que enquanto ele estiver preocupado em achar o caminho não nos ouvirá chegar e teremos a surpresa ao nosso favor.

Nesse momento, o homem entra em uma rua que parece não ter saída. Chantal olha para a jovem aprendiz e faz um sinal com a cabeça. Aimée confirma o sinal e numa sincronia perfeita os dois pousam silenciosamente nas costas do homem perdido.

O homem se vira para retomar o caminho. Quando se dá conta, vê a jovem parada na sua frente. Aimée estava apenas o observando e isso fez com que o ele não sentisse medo. Então, como se estivesse hipnotizado, caminhou até ela. Por um breve momento, Aimée lembrou-se da primeira vez que vira Chantal e pode entender: não era preciso que fizesse nada. Ela, assim como o mestre, possuía um encanto próprio, um charme misterioso que podia atrair a maior parte dos humanos.

(continua...)

Pegou a estória pela metade? click aqui e veja como tudo começa!

sábado, 31 de outubro de 2009

Sábado sem postagem!

sábado, 31 de outubro de 2009
Olá pessoal!
Como irei viajar hoje não estou certa de que conseguirei adicionar a parte da Estória.
O lugar para onde vou não possui nem internet 3G e ainda não descobri se o blog pode
ter postagens programadas como num site.

Domingo até o meio dia sairá o novo trecho da Estória!

Um abraço e curtam o sábado \o/

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

(16) Preparando-se para a Caçada (Parte V)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009
A jovem observava o homem que parecia deslumbrado diante daquele belo retrato noturno. Realmente a vista era fabulosa. A lua estava gigantesca e a cidade brilhava sob sua luz prateada.

- É maravilhoso – diz ela.

Chantal a puxa pela mão e ensaia uma espécie de largada para uma corrida.

- Veja se consegue me acompanhar! – Dispara saltando sobre os telhados.

Naquela parte da cidade os prédios eram tão juntos que, aliado a agilidade natural deles como vampiros, tornavam a corrida fácil e extremamente divertida.

Aproveitando a brincadeira como se nunca tivesse feito nada por pura alegria em toda a sua vida, Aimée fechava os olhos enquanto saltava para poder sentir melhor a brisa refrescante da noite. Chantal, neste momento, parecia livre, feliz, algo que dificilmente podia ser visto em sua face.

Então, distraído, Chantal escorregou em umas das calhas fazendo que sua mão se desprendesse da de Aimée e ele caísse, de costas, na pequena fenda que separava um prédio do outro. A jovem desesperou-se. Num salto, desceu até o pequeno beco onde foi, apreensiva, ver o estado em o mestre se encontrava.

Chantal estava de olhos fechados e uma fina lâmina de sangue escorria por sua testa. Aimée estremeceu. Um turbilhão de sentimentos e pensamentos a atordoaram enquanto corria até ele. A jovem não queria ficar sozinha. O que faria? Como seria possível ele deixá-la por algo tão imbecil?

- Chantal você está bem? Está ferido? – A jovem suspirou, olhou para os céus, como se suplicasse para que o mestre desse algum tipo de sinal.

Quando Aimée chegou até ele, viu que estava imóvel. Um tremor percorreu sem pressa sua coluna e ela se lançou sobre Chantal, encostou sua face na dele enquanto balançava seu rosto tentando acordá-lo. Rapidamente, o mestre abre os olhos e dá um grito fazendo com que a jovem pulasse de espanto.

- Não acredito que pensou que eu estivesse morto depois de uma quedinha dessas. Precisam de mais que isso para derrubar o malkavian aqui! – Ri Chantal mostrando que havia fingido estar desacordado.

- Eu é que não acredito que me deixou pensar que estivesse ferido! - Explode a moça esbofeteando o mestre inúmeras vezes. – Você não pode me deixar. Não depois de ter me transformado.

- Nunca farei isso. – Segura os braços de Aimée e a puxa levemente ao seu encontro. - Não se puder evitar.

Os dois se entreolham. O que sentiam um pelo outro era inexplicável. Um misto de emoções circundou o espaço fazendo que se inclinassem, cada vez mais, na direção do outro.

(continua...)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

(15) Preparando-se para a Caçada (Parte IV)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Aimée sorri disfarçadamente enquanto um frio sobe por sua espinha. Chantal já havia lhe falado sobre alguns clãs e, com base em suas histórias, a jovem poderia jurar que os Brujahs eram os seres últimos que gostaria de encontrar numa situação como aquela.

- Esta é a minha taverna. – Continua o homem. – Não quero malucos como vocês a rondando.

- Desculpe – Fala Chantal tentando usar de sua diplomacia. – Não queremos atrapalhar. Se soubéssemos que estaria aqui não teríamos nem nos sentado.

Aimée apenas tremia. O pavor havia tomando conta de seu corpo diante daquele homem gigantesco. Não ousou falar, sentia que era isso que seu mestre desejava.

- Não quero vocês dois caçando aqui. – Ergue Chantal pela gola da fina camisa. – Vão embora! Já!

O Homem não precisou pedir duas vezes. Chantal, após pousar no chão, teve de arrastar Aimée para fora do lugar já que ela não mexia um músculo sequer.

- Você está bem? – Segura o rosto da jovem procurando por algum sinal de ferimento.

- Estou sim. Na verdade ele não chegou a me tocar.

Chantal desaba numa crise de risos. E, sem entender o porquê, Aimée resolve perguntar.

- Qual é a graça?

- Aquele homem.

- Achou engraçado?

- Claro. “Esta é minha taverna” – imita sem tentar controlar os risos. – Nunca vi um homem tão grande com tanta educação. Outro Brujah teria nos esmagado.

Aimée esboça um sorriso, achando, na verdade mais engraçada a reação do mestre do que o fato em si, já que decidira, desde dentro da taverna, que Brujahs eram os mais novos seres na sua lista de coisas das quais tinha medo.

- Venha – Enxuga as lágrimas de riso. – Se dermos sorte, encontraremos alguém nas ruas para que você possa voltar alimentada para a catedral.

Fez sinal para que o seguisse. Desta vez, Chantal segurou a mão de Aimée o que fez com que a jovem exibisse um sorriso orgulhoso.

- Bem, como não temos muitas opções, o que acha de eu lhe mostrar um lugar?

- Seria bom.

- Assim posso recompensá-la pelo o desastroso encontro com seu primeiro Brujah. – Diz ainda achando a situação engraçada.

Com um salto, o homem pulou para cima de um dos telhados levando a jovem junto, já que estavam de mãos dadas.

(continua...)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

(14) Preparando-se para a Caçada (Parte III)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Os dois caminharam durante alguns minutos e, enfim, chegaram há uma ruela escura, estreita e com prédios praticamente colados uns aos outros. No final dela, havia apenas uma casa com luzes acessas de onde parecia vir uma melodia bastante agitada.

- Chegamos. – Avisa o mestre – Seja discreta e não saia do meu lado.

- Não sairei. – Responde a jovem ainda assustada.

Chantal empurra a pequena porta de madeira e uma nuvem de fumaça foge por ela antes que os dois a atravessem. O volume da música aumenta. A taverna estava lotada. Haviam inúmeras pessoas bebendo, comendo, dançando e falando alto, algo que atordoou, de certo modo, a jovem vampira. Sentindo-se acuada, Aimée aperta ainda mais o braço do mestre fazendo com que se vire para saber o que estava acontecendo.

- Não sinta medo. Estou com você. Não há nada aqui que possa lhe fazer mal.

- Nunca entrei em um lugar como este. A taverna onde servia drinques era de alta classe, não tocava músicas nesse estilo e era povoada pela mais fina elite da cidade.

- Eu sei! Bem vinda ao submundo de Bordeaux! – Diz em tom brincalhão. – Venha, há uma mesa vaga.

Ao sentar, Chantal queria que a jovem ficasse na cadeira a sua frente, mas ela recusou-se a largar seu braço. Então, sentaram-se lado a lado e ficaram a observar a festa que faziam a sua volta. Todos estavam alegres e bêbados demais para se importar com a dupla, mas, mesmo assim, Aimée não conseguia se sentir à vontade.

Tentando disfarçar a ansiedade que a consumia, a jovem passou a observar cada ser daquele recinto. Seu coração parecia pular dentro do peito e, em poucos instantes, começou a suar. A verdade, era que sentia muita fome e, neste momento, só conseguia imaginar uma daquelas pessoas em seus braços. Porém, seus pensamentos foram interrompidos por uma voz grave que fez tanto ela quanto Chantal estremecerem.

- O que fazem aqui?

Os dois se viram. Parado, em suas costas, está um homem enorme: medindo muito mais que a média de um homem comum e pesando, provavelmente, umas três vezes mais que o frágil Chantal, o homem parecia um ogro saído de algum tipo de história.

Chantal, tentando manter a calma, segura a mão de Aimée e sussurra em seu ouvido.

- Brujah...

(continua...)

*para entender o suspense desse post visite a wikipédia sobre os Brujah

Atraso no post de Hoje

Olá pessoal!
Gostaria de avisar que, em função de alguns imprevistos,
a parte de hoje da Estória sairá por volta das 12:00 hs!

Obrigada a todos e desculpem =)
abraços,

terça-feira, 27 de outubro de 2009

(13) Preparando-se para a Caçada (Parte II)

terça-feira, 27 de outubro de 2009
Cuidadosamente os dois saíram do sótão e fecharam o alçapão secreto. Caminharam até o lance de escadas que dava para o interior da igreja e desceram lentamente evitando fazer barulho. Chantal, que ia à frente, parou na porta do grande salão, observou se havia movimento e, depois, fez sinal para que a jovem o seguisse. Passaram rapidamente pelo salão principal da Catedral que, como sempre, às duas da madrugada, costumava estar vazio.

- Rápido! – Disse ele baixinho.- Não será bom se descobrirem nosso esconderijo.

Abriu a grande porta de carvalho, deixando entrar o ar gelado da madrugada. Por alguns instantes Aimée congelou. Para ela, pareciam ter se passado anos desde a última vez em que pôde sentir o vento lhe acariciar a face. Fechou os olhos e, num longo suspiro, deliciou-se com o momento e, logo, correu para alcançar Chantal.

- Para onde vamos?

- Para uma taverna, do outro lado da cidade, onde possamos passar despercebidos.

Enquanto caminhavam, Aimée analisava a velha arquitetura da cidade e sentia arrepios. A jovem jamais tinha reparado quão sombria eram as noites de Bordeaux. E, percebendo isso, não pôde deixar de pensar que não estaria naquela situação se o tivesse notado antes. Tudo parecia gelado, escuro. Cada sombra, cada árvore promoviam o terror, como se gritassem à procura de medo.

- Antes de chegarmos, quero que saiba que pode haver outros lá. – Interrompe os pensamentos da moça - Caso não estejamos sozinhos, irei lhe avisar e peço que tome muito cuidado. Nem todos são amigáveis como eu.

- Há outros vampiros na cidade?

- Sempre há outros. Somos em número muito maior do que os humanos estimam e pior, ao contrário de nós, alguns fazem questão de alimentar os mitos que nos envolvem. Você, assim como eu, segue o principio da Camarilha.

- O que isso significa? – Interrompe.

- Significa que não matamos humanos a não ser que seja estritamente necessário: caso nossa vida corra perigo ou de precisarmos nos alimentar. Além disso, nos esforçamos ao máximo para que a máscara seja mantida.

- Máscara?

- As pessoas não sabem que somos vampiros. Tentamos esconder isso, fazendo o menor número de trapalhadas possível. Mas como tudo no mundo, somos afetados por uma seita inimiga. Os integrantes do Sabá desprezam a fraqueza humana e são conhecidos por seus grandes extermínios e falta de piedade. As lendas que os humanos passam adiante são baseadas neles.

- E o que faremos se encontramos “algum Sabá”?

- Vamos torcer para que não nos vejam e, já que dificilmente andam em pequeno número, faremos uma saída estratégica. – Esboça um sorriso leve na tentativa de aliviar a tensão e prossegue. – Mas pode ficar tranqüila. O Sabá não sabe ser discreto. Se estivessem na já cidade saberíamos.

- Tudo bem.

Preocupada, Aimée toma o braço de Chantal e prossegue a caminhada. O homem deixa afinal, um casal andando pelas ruas durante a madrugada não é digno de muita suspeita e a atitude da jovem aprimora o disfarce.

(continua...)
 
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