sexta-feira, 6 de novembro de 2009

(17) Preparando-se para a Caçada (Parte VI)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009
De repente, eis que, ao longe, surge na rua que cruzava pelo beco, uma silhueta apressada. Chantal salta imediatamente, colocando-se de pé ao lado da jovem.

- Achamos o que procurávamos! – Fala baixinho, tentando não se fazer escutar pelo transeunte.
- E o que seria? – Aimée estava confusa. Num momento estava com Chantal em seus braços, em outro ele apontava uma pessoa a passear pela rua. A jovem não entendia os devaneios do mestre. O homem parecia ter nascido para estragar qualquer momento que implicasse em sentimentos ou emoções profundas.

- Seu jantar, é claro! – Brinca o mestre.

- Acha que estou pronta? O que faço?

- Vamos segui-lo e analisá-lo por alguns instantes, quando for o momento eu lhe direi.

Aimée concordou com a cabeça. De fato, não esperava que o mestre a deixasse sozinha em situação tão adversa. Afinal, era sua primeira caçada e não fazia idéia de como seria ou de que precisaria fazer.

Chantal fez sinal para que o acompanhasse pelos telhados novamente. Do alto, os dois se aproximavam da figura que cruzara o beco. Era um homem de meia idade, magro, que parecia vagar sem um rumo certo. Aimée percebeu isso porque, várias vezes, ele contornou a rua como se tivesse errado o caminho para entrar em outra.

- Parece bêbado. - Diz a moça.

- Não está.

- Como sabe?

- Por que durante as voltas que deu ele não cambaleou ou tramou as pernas nenhuma vez. Vejo que parece perdido. Isso é bom.

- Por quê?

- Por que enquanto ele estiver preocupado em achar o caminho não nos ouvirá chegar e teremos a surpresa ao nosso favor.

Nesse momento, o homem entra em uma rua que parece não ter saída. Chantal olha para a jovem aprendiz e faz um sinal com a cabeça. Aimée confirma o sinal e numa sincronia perfeita os dois pousam silenciosamente nas costas do homem perdido.

O homem se vira para retomar o caminho. Quando se dá conta, vê a jovem parada na sua frente. Aimée estava apenas o observando e isso fez com que o ele não sentisse medo. Então, como se estivesse hipnotizado, caminhou até ela. Por um breve momento, Aimée lembrou-se da primeira vez que vira Chantal e pode entender: não era preciso que fizesse nada. Ela, assim como o mestre, possuía um encanto próprio, um charme misterioso que podia atrair a maior parte dos humanos.

(continua...)

Pegou a estória pela metade? click aqui e veja como tudo começa!

sábado, 31 de outubro de 2009

Sábado sem postagem!

sábado, 31 de outubro de 2009
Olá pessoal!
Como irei viajar hoje não estou certa de que conseguirei adicionar a parte da Estória.
O lugar para onde vou não possui nem internet 3G e ainda não descobri se o blog pode
ter postagens programadas como num site.

Domingo até o meio dia sairá o novo trecho da Estória!

Um abraço e curtam o sábado \o/

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

(16) Preparando-se para a Caçada (Parte V)

sexta-feira, 30 de outubro de 2009
A jovem observava o homem que parecia deslumbrado diante daquele belo retrato noturno. Realmente a vista era fabulosa. A lua estava gigantesca e a cidade brilhava sob sua luz prateada.

- É maravilhoso – diz ela.

Chantal a puxa pela mão e ensaia uma espécie de largada para uma corrida.

- Veja se consegue me acompanhar! – Dispara saltando sobre os telhados.

Naquela parte da cidade os prédios eram tão juntos que, aliado a agilidade natural deles como vampiros, tornavam a corrida fácil e extremamente divertida.

Aproveitando a brincadeira como se nunca tivesse feito nada por pura alegria em toda a sua vida, Aimée fechava os olhos enquanto saltava para poder sentir melhor a brisa refrescante da noite. Chantal, neste momento, parecia livre, feliz, algo que dificilmente podia ser visto em sua face.

Então, distraído, Chantal escorregou em umas das calhas fazendo que sua mão se desprendesse da de Aimée e ele caísse, de costas, na pequena fenda que separava um prédio do outro. A jovem desesperou-se. Num salto, desceu até o pequeno beco onde foi, apreensiva, ver o estado em o mestre se encontrava.

Chantal estava de olhos fechados e uma fina lâmina de sangue escorria por sua testa. Aimée estremeceu. Um turbilhão de sentimentos e pensamentos a atordoaram enquanto corria até ele. A jovem não queria ficar sozinha. O que faria? Como seria possível ele deixá-la por algo tão imbecil?

- Chantal você está bem? Está ferido? – A jovem suspirou, olhou para os céus, como se suplicasse para que o mestre desse algum tipo de sinal.

Quando Aimée chegou até ele, viu que estava imóvel. Um tremor percorreu sem pressa sua coluna e ela se lançou sobre Chantal, encostou sua face na dele enquanto balançava seu rosto tentando acordá-lo. Rapidamente, o mestre abre os olhos e dá um grito fazendo com que a jovem pulasse de espanto.

- Não acredito que pensou que eu estivesse morto depois de uma quedinha dessas. Precisam de mais que isso para derrubar o malkavian aqui! – Ri Chantal mostrando que havia fingido estar desacordado.

- Eu é que não acredito que me deixou pensar que estivesse ferido! - Explode a moça esbofeteando o mestre inúmeras vezes. – Você não pode me deixar. Não depois de ter me transformado.

- Nunca farei isso. – Segura os braços de Aimée e a puxa levemente ao seu encontro. - Não se puder evitar.

Os dois se entreolham. O que sentiam um pelo outro era inexplicável. Um misto de emoções circundou o espaço fazendo que se inclinassem, cada vez mais, na direção do outro.

(continua...)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

(15) Preparando-se para a Caçada (Parte IV)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009
Aimée sorri disfarçadamente enquanto um frio sobe por sua espinha. Chantal já havia lhe falado sobre alguns clãs e, com base em suas histórias, a jovem poderia jurar que os Brujahs eram os seres últimos que gostaria de encontrar numa situação como aquela.

- Esta é a minha taverna. – Continua o homem. – Não quero malucos como vocês a rondando.

- Desculpe – Fala Chantal tentando usar de sua diplomacia. – Não queremos atrapalhar. Se soubéssemos que estaria aqui não teríamos nem nos sentado.

Aimée apenas tremia. O pavor havia tomando conta de seu corpo diante daquele homem gigantesco. Não ousou falar, sentia que era isso que seu mestre desejava.

- Não quero vocês dois caçando aqui. – Ergue Chantal pela gola da fina camisa. – Vão embora! Já!

O Homem não precisou pedir duas vezes. Chantal, após pousar no chão, teve de arrastar Aimée para fora do lugar já que ela não mexia um músculo sequer.

- Você está bem? – Segura o rosto da jovem procurando por algum sinal de ferimento.

- Estou sim. Na verdade ele não chegou a me tocar.

Chantal desaba numa crise de risos. E, sem entender o porquê, Aimée resolve perguntar.

- Qual é a graça?

- Aquele homem.

- Achou engraçado?

- Claro. “Esta é minha taverna” – imita sem tentar controlar os risos. – Nunca vi um homem tão grande com tanta educação. Outro Brujah teria nos esmagado.

Aimée esboça um sorriso, achando, na verdade mais engraçada a reação do mestre do que o fato em si, já que decidira, desde dentro da taverna, que Brujahs eram os mais novos seres na sua lista de coisas das quais tinha medo.

- Venha – Enxuga as lágrimas de riso. – Se dermos sorte, encontraremos alguém nas ruas para que você possa voltar alimentada para a catedral.

Fez sinal para que o seguisse. Desta vez, Chantal segurou a mão de Aimée o que fez com que a jovem exibisse um sorriso orgulhoso.

- Bem, como não temos muitas opções, o que acha de eu lhe mostrar um lugar?

- Seria bom.

- Assim posso recompensá-la pelo o desastroso encontro com seu primeiro Brujah. – Diz ainda achando a situação engraçada.

Com um salto, o homem pulou para cima de um dos telhados levando a jovem junto, já que estavam de mãos dadas.

(continua...)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

(14) Preparando-se para a Caçada (Parte III)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Os dois caminharam durante alguns minutos e, enfim, chegaram há uma ruela escura, estreita e com prédios praticamente colados uns aos outros. No final dela, havia apenas uma casa com luzes acessas de onde parecia vir uma melodia bastante agitada.

- Chegamos. – Avisa o mestre – Seja discreta e não saia do meu lado.

- Não sairei. – Responde a jovem ainda assustada.

Chantal empurra a pequena porta de madeira e uma nuvem de fumaça foge por ela antes que os dois a atravessem. O volume da música aumenta. A taverna estava lotada. Haviam inúmeras pessoas bebendo, comendo, dançando e falando alto, algo que atordoou, de certo modo, a jovem vampira. Sentindo-se acuada, Aimée aperta ainda mais o braço do mestre fazendo com que se vire para saber o que estava acontecendo.

- Não sinta medo. Estou com você. Não há nada aqui que possa lhe fazer mal.

- Nunca entrei em um lugar como este. A taverna onde servia drinques era de alta classe, não tocava músicas nesse estilo e era povoada pela mais fina elite da cidade.

- Eu sei! Bem vinda ao submundo de Bordeaux! – Diz em tom brincalhão. – Venha, há uma mesa vaga.

Ao sentar, Chantal queria que a jovem ficasse na cadeira a sua frente, mas ela recusou-se a largar seu braço. Então, sentaram-se lado a lado e ficaram a observar a festa que faziam a sua volta. Todos estavam alegres e bêbados demais para se importar com a dupla, mas, mesmo assim, Aimée não conseguia se sentir à vontade.

Tentando disfarçar a ansiedade que a consumia, a jovem passou a observar cada ser daquele recinto. Seu coração parecia pular dentro do peito e, em poucos instantes, começou a suar. A verdade, era que sentia muita fome e, neste momento, só conseguia imaginar uma daquelas pessoas em seus braços. Porém, seus pensamentos foram interrompidos por uma voz grave que fez tanto ela quanto Chantal estremecerem.

- O que fazem aqui?

Os dois se viram. Parado, em suas costas, está um homem enorme: medindo muito mais que a média de um homem comum e pesando, provavelmente, umas três vezes mais que o frágil Chantal, o homem parecia um ogro saído de algum tipo de história.

Chantal, tentando manter a calma, segura a mão de Aimée e sussurra em seu ouvido.

- Brujah...

(continua...)

*para entender o suspense desse post visite a wikipédia sobre os Brujah

Atraso no post de Hoje

Olá pessoal!
Gostaria de avisar que, em função de alguns imprevistos,
a parte de hoje da Estória sairá por volta das 12:00 hs!

Obrigada a todos e desculpem =)
abraços,

terça-feira, 27 de outubro de 2009

(13) Preparando-se para a Caçada (Parte II)

terça-feira, 27 de outubro de 2009
Cuidadosamente os dois saíram do sótão e fecharam o alçapão secreto. Caminharam até o lance de escadas que dava para o interior da igreja e desceram lentamente evitando fazer barulho. Chantal, que ia à frente, parou na porta do grande salão, observou se havia movimento e, depois, fez sinal para que a jovem o seguisse. Passaram rapidamente pelo salão principal da Catedral que, como sempre, às duas da madrugada, costumava estar vazio.

- Rápido! – Disse ele baixinho.- Não será bom se descobrirem nosso esconderijo.

Abriu a grande porta de carvalho, deixando entrar o ar gelado da madrugada. Por alguns instantes Aimée congelou. Para ela, pareciam ter se passado anos desde a última vez em que pôde sentir o vento lhe acariciar a face. Fechou os olhos e, num longo suspiro, deliciou-se com o momento e, logo, correu para alcançar Chantal.

- Para onde vamos?

- Para uma taverna, do outro lado da cidade, onde possamos passar despercebidos.

Enquanto caminhavam, Aimée analisava a velha arquitetura da cidade e sentia arrepios. A jovem jamais tinha reparado quão sombria eram as noites de Bordeaux. E, percebendo isso, não pôde deixar de pensar que não estaria naquela situação se o tivesse notado antes. Tudo parecia gelado, escuro. Cada sombra, cada árvore promoviam o terror, como se gritassem à procura de medo.

- Antes de chegarmos, quero que saiba que pode haver outros lá. – Interrompe os pensamentos da moça - Caso não estejamos sozinhos, irei lhe avisar e peço que tome muito cuidado. Nem todos são amigáveis como eu.

- Há outros vampiros na cidade?

- Sempre há outros. Somos em número muito maior do que os humanos estimam e pior, ao contrário de nós, alguns fazem questão de alimentar os mitos que nos envolvem. Você, assim como eu, segue o principio da Camarilha.

- O que isso significa? – Interrompe.

- Significa que não matamos humanos a não ser que seja estritamente necessário: caso nossa vida corra perigo ou de precisarmos nos alimentar. Além disso, nos esforçamos ao máximo para que a máscara seja mantida.

- Máscara?

- As pessoas não sabem que somos vampiros. Tentamos esconder isso, fazendo o menor número de trapalhadas possível. Mas como tudo no mundo, somos afetados por uma seita inimiga. Os integrantes do Sabá desprezam a fraqueza humana e são conhecidos por seus grandes extermínios e falta de piedade. As lendas que os humanos passam adiante são baseadas neles.

- E o que faremos se encontramos “algum Sabá”?

- Vamos torcer para que não nos vejam e, já que dificilmente andam em pequeno número, faremos uma saída estratégica. – Esboça um sorriso leve na tentativa de aliviar a tensão e prossegue. – Mas pode ficar tranqüila. O Sabá não sabe ser discreto. Se estivessem na já cidade saberíamos.

- Tudo bem.

Preocupada, Aimée toma o braço de Chantal e prossegue a caminhada. O homem deixa afinal, um casal andando pelas ruas durante a madrugada não é digno de muita suspeita e a atitude da jovem aprimora o disfarce.

(continua...)

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

(12) Preparando-se para a Caçada

segunda-feira, 26 de outubro de 2009
A brisa fria que passa pela janela acompanhada do silêncio clássico das ruas de Bordeaux indicavam que a noite já havia chegado. Aimée acorda e ve Chantal ao pé da cama a observando dormir. Era a primeira vez que a jovem despertava de seu sono a noite. A transição do humano para o importal se dava pouco a pouco. Não sabia por que, mas a noite fez com que se sentisse mais forte, mais dona de si. Então, como se pudesse ler seus pensamentos, o homem pergunta como a jovem se sentia.

- É incrível. Me sinto mais forte, mais confiante. - Aimée parecia ter mudado completamente. O pavor que demonstrara horas atrás parecia ter deixado seu corpo e, em seu lugar, assumido um sentimento de coragem e valentia.

- Isso é perfeitamente normal. A noite, seu lado vampiro aflora e você tem alguns ganhos tanto físicos como psicológicos.

- Hum. Essa parte me parece boa. - Diz a jovem tentando quebrar a tensão que estava por vir.

- Venha, há algumas coisas que gostaria de lhe dar e mostrar antes de sairmos.

Chantal a conduziu para cozinha improvisada e, apontando para o teto, mostra-lhe um alçapão quase imperceptível. Ele puxa a alça pendurada revelando uma escada secreta para uma espécie de sótão. Aimée sobe de forma lenta acompanhando cada movimento do mestre sem deixar de notar as características únicas daquele lugar. O sótão era pequeno, com apenas uma janela redonda de vitral no alto por onde entrava uma fina luz colorida.

- Aimée, - interrompe a observação da jovem – aqui você encontrará tudo o que precisa sempre que for sair da catedral.

A jovem olha ao redor. Em um dos lados vê uma série de floretes alinhados de forma meticulosa, como se estivessem expostos por um colecinador. Parecia típico de Chantal. Nenhuma arma descreveria tão bem o homem como o florete que ele pegara: com um punhal arrendondado feito em prata antiga e uma rosa que descia do ínicio até a ponta superior da lâmina, o florete era clássico, romântico e encantador. Retrato fiel do mestre que dispensava um charme sem igual pelo olhar negro, distante e sempre triste.

- Já usou um florete alguma vez?

- Já treinei agumas vezes com espada, mas creio que tenham diferença.

- Muita diferença! - respodeu o homem em um tom notoriamente ofendido. - Floretes são elegantes, requerem destresa e precisão. São armas de cavalheiros, não de guerreiros. Pegue! - Retira um dos seus floretes mais simples da parede e joga para a jovem. - mostre-me o que sabe!

Com a inexperiência típica de uma menina de dezessete anos, Aimée ergue o florete sobre sua cabeça, como se empunhasse uma espada gigantseca e corre gritando em direção a Chantal que a derruba sem qualquer esforço.

- Então era assim que pretendia me atacar? - Fala sem conseguir conter a crise de riso.

- Desculpe se ainda não disponho de sua classe. Supuz que conhecesse cada detalhe de minha vida depois de ter me observado por tanto tempo. - Diz a jovem desaprovando a atitude do mestre.

- Vamos tentar algo mais simples. – responde Chantal tentando consertar sua atitude nada pedagógica. Pega, do canto oposto uma espada pequena, que mais parecia uma adaga e entrega para a jovem. - Vou lhe ensinar algumas posições básicas para que possâmos sair.

Pacientemente, o homem mostra a forma de se empunhar a arma assim como alguns movimentos básicos de defesa e ataque. A cidade estava calma nos últimos dias e ele acreditava que, mesmo sendo muito inexperiente, Aimée se sairia bem desde que ele estivesse por perto.

- Bem, acho que já é o suficiente. Vamos, temos poucas horas e ainda tenho muito o que lhe mostrar.

(continua...)

domingo, 25 de outubro de 2009

(11) O despertar (parte IX)

domingo, 25 de outubro de 2009
Embalados por uma música que só os dois podiam ouvir, Chantal e Aimée pareciam dançar. Então, lentamente, como o cuidado que se veste a mais fina peça de seda, Chantal ergue o rosto da jovem e seca as lágrimas insistentes.

- Não chore, por favor. Sei que nunca imaginou passar por algo assim, mas jamais permitiria que sofresse tanto se pudesse fazê-lo por você.

A jovem suspira. Chantal estava certo. Ele queria que ela se adaptasse a nova vida sem pressa. Porém, a forma com que falou sobre ela alimentar-se era justificável. A jovem estava faminta e sabia disso, mas adiava a cada minuto o momento em que teria que comer e continuaria adiando se não fosse a preocupação que Chantal a dedicava.

- Sente-se aqui. – fala novamente, tentando acalmar a jovem. – Respire um pouco, acalme-se. Ainda não é noite, ficaremos aqui algumas horas.

Aimée segue muda. Senta na cama ao lado de Chantal e deita a cabeça sobre o seu ombro, tentando alinhar os pensamentos que lhe vinham à mente. O homem acaricia seus cabelos deixando-se levar pelo laço que agora os ligava.

- Como foi para você, quando soube que tinha deixado de ser humano? – Fala a jovem de forma quase inaudível, com a voz a ainda embargada.

- Posso lhe confirmar que não foi nada fácil e ainda não é. Nem todos abandonam totalmente seu lado humano. Por isso que, em todos esses anos, ainda não havia transformado ninguém. Sei o quanto humana ainda se sente e creio que isso não passará completamente, mas garanto que fico muito feliz por isso.

Chantal esboça um sorriso leve, limpo. Era impossível não acreditar em alguém tão sincero e transparente. Então, para entreter a jovem e fazê-la esquecer de tudo que ainda a esperava, o homem decidiu puxar assunto sobre coisas corriqueiras, assuntos aparentemente inúteis sobre o que gostavam e de como se sentiam quando eram humanos. Conversaram tanto que não viram o tempo passar e acabaram por dormir abraçados esperando, em sonhos, a noite chegar.

(continua...)

sábado, 24 de outubro de 2009

(10) O despertar (parte VIII)

sábado, 24 de outubro de 2009
Aimée não sabia o que responder. Esta era a situação mais estranha que já vivenciara. Estava ela, junto de seu próprio assassino querendo sentir raiva, mas quando, na verdade, seu coração estava cheio de compaixão por aquilo que ele passara.

Percebendo quão inútil era a sua tentativa de odiá-lo, a jovem limitou-se a observá-lo. Ainda não havia disposto de tempo para senti-lo com clareza. Surpreendeu-se ao constatar que ele tinha a aparência muito mais jovem do que sua mente indicava. Constatou que Chantal, ao menos em aparência, não tinha mais que 30 anos. Fitando calmamente sua face, enquanto o homem falava diversas coisas que ela já não ouvia, sentiu-se tocada pela fina luz que conseguia ver através daqueles belos olhos negros. Aquilo parecia uma confirmação de que o homem não era o monstro que parecia no inicio e, ao invés de detestá-lo, Aimée começa a sentir uma leve atração, como a do dia da mordida.

- Aimée você está bem? – pergunta ele percebendo o ar distante da moça. – Lhe fiz uma pergunta... Há algo errado?

- Ham... Não... Acabei me distraindo, o que você perguntou? – Gagueja a jovem, numa tentativa inútil de conter sua vergonha.

- Perguntei se está com fome. Você está aqui há quatro noites, creio que deva estar faminta.

- Nossa, na verdade estou. Estava tão entretida com as coisas que me disse e com meu próprio pensamento que acabei me esquecendo disso.

- Bom, então hoje terá sua primeira aula. Há uma porção de coisas que deve saber antes de sairmos em busca de sua refeição.

- Como assim? – Surpreende-se a jovem.

- Teremos que caçar Aimée. Você acha que agora se alimenta de quê?

- Ah, não! De forma alguma. Não vou beber sangue de ninguém. Jamais conseguiria tocar em uma pessoa.

- Aimée, você precisa. Sei que não será fácil, mas é o único alimento que nos nutre de verdade.
- Eu não posso matar alguém Chantal. Como pode me pedir isso?

Uma fina e cristalina lágrima escorreu sobre a face da jovem expressando o terror que sentira diante do que temia ser inevitável. Chantal, notando seu desespero, a abraça ternamente tentando sufocar a dor que pairava no ar. Como uma criança assustada que corre e se esconde entre os braços do pai, Aimée se escondia em Chantal, transformando aquele momento em algo indescritível.

(continua...)

Primeiros 1.000 Acessos!!!

Pessoal, estou muito contente e gostaria de compartilhar isso com vocês!
Ontem, no nosso 9º dia no ar, chegamos a marca de 1.000 acessos, um número espetacular, visto que o blog ainda é muito novo na Web.

Aimée, Chantal e eu agradecemos a visita diária de cada um de vocês e prometemos fazer o máximo para que a estória fique cada vez mais interessante!

Um super abraço a todos que nos acompanham diariamente.
Essa estória é de vocês =)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

(9) O despertar (parte VII) O controle

sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Chantal levantou-se calmamente e se dirigiu a uma peça pequena no canto da sala que Aimée ainda não havia percebido. O local, visto de longe, parecia um banheiro improvisado como cozinha. O homem abre o armário de remédios, pega um pacote verde escuro enquanto ferve a água e prepara duas xícaras. A calma de Chantal era impressionante. A jovem jamais estivera na presença de alguém que demonstrasse tamanha tranqüilidade diante das coisas e isso, a fazia pensar: Por que razão ela não tinha visto nenhum surto psicótico dele? Lembrava da satisfação que ele sentia em importuná-la vez que outra, mas não de surtos. O homem, embora levemente incomum, era dócil e inteligente e isso aguçava cada vez mais a sua curiosidade.

- Espero que goste de Hortelã. – fala enquanto carrega uma bandeja com duas xícaras fumegantes.

- Gosto sim. Obrigada!

- Vivi alguns anos na Inglaterra e acabei criando o hábito de consumir chás. Sei que parece estranho vindo de um vampiro, mas acredito que não temos que ser os seres monstruosos das histórias.

Embora Aimée soubesse que as histórias que ouvia de vampiro os tratavam como criaturas sanguinolentas, ela havia percebido esse “tom humano” em Chantal e, talvez, fosse isso que mais a assustava nele.

Ele coloca as xícaras sobre a pequena mesa ao lado da cama enquanto admira o cenho franzido da jovem que esquecera o companheiro e se infiltrara em seus próprios pensamentos.

- Essa ruga em sua testa me assusta! – Ri Chantal.

- Desculpe... Estava pensando. – Pega o chá e tenta retomar o rumo da conversa. – Então, que razão a mais o levou a me transformar?

- Pois bem, deve ter notado que, embora não resista a tentação de me divertir com algumas situações, não tenho alucinações.

- Sim. Para falar a verdade, era nisto que pensava há pouco.

- Há cerca de cinquenta anos, depois de passar anos à deriva, sofrendo meus infortúnios pelas perdas que tive, descobri uma forma de controlá-las. Preso em minha solidão e ciente de que passaria esta praga a quem escolhesse para me acompanhar, juntei o resto de minhas forças e, ligando-as as lições de medicina que estudava, consegui fazer com que minhas alucinações se extinguissem quase que completamente. Isso aconteceu há cerca de dois anos.

- Foi quando cheguei à cidade.

- Exato. - continua ele. – Há alguns meses, tendo certeza de que poderia, enfim, conceder a imortalidade a mais alguém, sem o risco de vê-la enlouquecer a cada dia, eu concentrei meus esforços na busca do ser humano perfeito para isto e, cheguei a você.

(continua...)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

(8) O despertar (Parte VI) Malkavian’s Life

quinta-feira, 22 de outubro de 2009
A jovem perdeu seu foco, não conseguia se concentrar em coisa alguma. Os objetos, que antes pareciam começar a se mover, agora faziam festa ao seu redor. Conversavam, gritavam, cantavam. E, sem perceber, Aimée embarca naquele delírio.

Chantal que a observava do canto da sala, não se atreveu a interromper aquele momento. Ele sabia que, durante seus lapsos de loucura, Malkavians eram extremamente voláteis e inconstantes. Como um especialista, um terapeuta profissional, o homem analisava cada ação, cada traço da crise que Aimée vivenciava: Ela jogava os objetos para cima, sussurrava coisas a eles entreolhando Chantal, como se os contasse um segredo. E, horas depois, quando acabou a sua sessão de pulos na cama, a jovem adormeceu.

Aimée acorda. Olha o velho relógio de parede e constata que passara dormindo mais um dia. Imóvel, ao lado de sua cama, está Chantal. Com um leve sorriso, o homem toca o rosto da jovem de forma carinhosa, parecendo orgulhoso pela forma com que se comportara.

- Sente-se bem? - Diz ele num tom amável.

A jovem sentia-se tonta e não lembrava exatamente o que havia se passado no dia anterior. Mas dessa vez, algo mudou. Pela primeira vez ela conseguiu sentir a alma de Chantal e isso a emocionou. Não queria admitir para ela mesma: embora o homem tivesse a tirado da condição de humana era, de fato, muito gentil e, em momento algum, a deixara.

- Só estou um pouco tonta... O que aconteceu ontem foi real?

- Apenas para você... Lembra que havia lhe falado sobre nosso clã?

- Sim, lembro. Então é assim que tudo acontece? Não somos loucos a maior parte do tempo, temos apenas surtos com objetos voadores?

- Na verdade não Aimée. Nem todos têm o mesmo tipo de distúrbio e, alguns se envolvem tanto em suas loucuras que acabam vivendo dentro delas.

Aimée tremeu diante da resposta. Por mais constante que Chantal parecesse, a ideia de viver presa com seus pensamentos, por toda a eternidade, soava como um pesadelo.

- Sei que já lhe perguntei isso antes, mas é muito importante para mim. Por que eu Chantal? – Tinha noção que talvez ele não a respondesse novamente, porém precisava tentar. Precisava entender por que ela deveria passar por todo aquele tormento.

- Sabe Aimée... Nem todos os vampiros vivem em grupos. Há mais de um século vivo sozinho enfrentando os pesares de ser assim. Uma tragédia inevitável eliminou com cada ser por quem eu cultivava algum tipo de sentimento nesse mundo. Foi então que eu vi você: sozinha assim como eu. Você precisava entender o mundo, precisava de uma razão para estar nele e eu, de uma amiga para deixar a eternidade que tenho pela frente um pouco menos escura.
- Você queria companhia? – O interrompe, impressionada com a simplicidade da resposta.

- Quase isso. Há algo mais. Deixe-me lhe servir algo e, depois, prometo lhe contar tudo que quiser.

(continua...)

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

(7) O despertar (Parte V) A primeira lição

quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Chantal, ainda apreciando o momento, observa a jovem o deixar em sua euforia. Enquanto Aimée caminhava em passos largos em direção a saída, o homem a seguia vagarosamente, como soubesse que aquilo não duraria muito tempo. Consumida pela raiva, Aimée descia as escadas em caracol pulando os degraus de dois em dois. Não via a hora de sair daquele lugar, tentar recobrar sua vida e esquecer toda aquela maluquice. Seus passos já faziam eco no salão principal da catedral quanto ela escuta Chantal.

- Se fosse você não faria isso.

Aimée dá de ombros. Abre a porta com a mesma gana que descera as escadas e cai para trás. Em um salto, Chantal as fecha e corre para socorrer a jovem.

- Primeira lição: vampiros são extremamente sensíveis a luz do sol. Então, quando quiser sair novamente certifique-se de que ele já tenha se posto. A forma com que Chantal falou parecia mais um deboche do que uma lição de verdade. Aquilo tudo era fantástico para o homem e, sendo Aimée tão teimosa, o não tão típico Malkavian não resistiu à tentação de importuná-la. Chantal simplesmente não se importava. Sabia que a jovem não conseguiria passar uma noite sem ele e, dessa forma, tinha certeza que ela retornaria independentemente do número de vezes que ela tentasse ir embora.

- Não preciso dizer que avisei não, é? - Diz ele num tom um pouco menos sarcástico - Venha. Vou lhe ajudar a voltar para cima. Não será bom se os freqüentadores do local nos acharem aqui em baixo.

Aimée não responde. Sequer olha para ele. Sua cabeça doía e não conseguia enxergar direito. A sensação que tinha era de que ficara olhando para o sol por mais de uma hora e não por alguns segundos. Finalmente, ela recobra o juízo e resolve, mesmo não lhe agradando, ceder ao que o homem tinha a lhe dizer.

- Você queria alguns minutos para me provar o que estava dizendo. Pois bem, faça-o.

- Já fiz.

- O quê? Como assim?

- Você desceu, abriu a porta e percebeu que não pode sair durante o dia: teoria comprovada.

- Quer dizer que você deixou com que eu descesse até lá e sentisse na pele?

- É. Literalmente! – Chantal não podia conter-se. Sabia que irritava a jovem e, por mais que não aprovasse totalmente seu comportamento, sabia que era para um bem maior, que fazia parte do ensinamento.

- Você é impressionante... E isso não é um elogio.

A jovem estava transtornada, Chantal a irritava no fundo do seu ser e ela não podia ir embora. Enquanto ele a observava com o mesmo olhar de sempre, ela ensaiava mentalmente uma porção de coisas para dizer-lhe. Quando percebe, alguns objetos que a rodeiam parecem movimentar-se, como se estivessem ganhando vida. Aimée dá um salto e olha para Chantal. Ele, instantaneamente esboça um sorriso de satisfação. O momento que estava esperando finalmente chegou.

(continua..)

Nova Cara!

Estamos de novo template, por isso a parte de hoje da Estória sairá em alguns minutos.
Peço desculpas a quem acessou o blog agora de manhã e o encontrou em construção!
Não achava templates que se identifcassem com o blog, por isso resolvi dar uma estudadinha em html e foi isso que restou. hehehe
Em breve, prometo um desenho da personagem principal para se mesclar ao lay-out do blog.
No mais espero que tenha gostado! =)

Até breve com o pedaçinho de hoje da história.
abraços a todos!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

(6) O despertar (Parte IV)

terça-feira, 20 de outubro de 2009
Até este momento, Aimée não entedia a gravidade do que Chantal havia lhe contado. Malkavian era apenas mais uma palavra em seu dicionário sem significado algum. Vendo o semblante já triste do homem se afundar num sentimento ainda mais intenso a jovem resolve arriscar e, temendo a resposta que viria, perguntou em um tom de desdém.

- E o que seria isso?

- Malkavians possuem uma toxina em seu sangue que, mais cedo ou mais tarde, entra em ação em seu organismo fazendo que ele tenha algum tipo de perturbação. Responde ele, ainda no mesmo tom bondoso que começara

- Perturbação? O quer dizer com isso?

- Em palavras vulgares, somos loucos.

Aimée explode num ímpeto de raiva. Para ela estava tudo muito claro: Chantal sim é quem era doido. Havia a seqüestrado, lhe dado algum tipo de remédio para que dormisse e feito aquelas cicatrizes em seu pescoço. Então, a jovem levanta do leito, enfurecida e caminha em direção a porta, calculando cada palavra para dizer ao homem.

- Você é que louco Chantal. Primeiro eu acordo nesse buraco escuro...

- Igreja. – A interrompe.

- Igreja? Você mora em uma igreja? Que tipo de “vampiro maluco” mora em uma igreja?

- Na verdade é uma Catedral.

- Isso muda muita coisa... – responde de forma afiada e desafiadora.

Aimée queria sumir, não conseguia admitir quem por alguns minutos tinha acreditado nos devaneios de Chantal. Tudo aquilo era loucura demais para ela. Ser ou deixar de ser algo que não passava de história de monstros para assustar criançinhas já não parecia algo tão discutível.

Enquanto isso Chantal admira a postura da jovem e delicia-se com o momento. É fato que, há tempos, o homem havia superado seus distúrbios, mas em alguns momentos, Chantal deixava seu lado Malkavian aparecer e se divertia em situações nada divertidas para seres normais.

- Tenha calma criança. Conceda-me algum tempo para que prove o que lhe disse.

A jovem sequer olhou para ele. Aimée não queria escutar. Com total indiferença, ignorou a última frase de Chantal e cruzou a porta da sala.

- Para mim basta. Vou embora.

(continua...)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Pausinha explicativa!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Para não deixar niguém 'boiando' na história, abaixo segue algumas informações básicas para acompanhar a história daqui para a frente!

Conforme a história precisar de mais informações eu faço mais 'pausinhas explicativas'.

  • Organização Vampírica:
Para fundamentar o clima do jogo, supõe-se que os vampiros modernos "vivem" em meio a uma complexa sociedade de mortos-vivos. Os vampiros referem-se a si mesmo pelo eufemismo "Membros" (no original, "Kindred"), não utilizado normalmente por membros da Camarila, em oposição aos mortais, o "Rebanho" ("Kine"). Eles se organizam em seitas, que fazem o papel de nações, e em clãs, que funcionam como grupos familiares, compartilhando características passadas através do sangue, de vampiro para vampiro. Fora seitas e clãs, um terceiro nível de organização são as linhagens, pequenos desmebramentos dos clãs que unem vampiros consanguíneos, com maior entrosamento familiar entre si que com o resto do clã do qual se originaram. (Fonte: Wiki)

para saber mais veja: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vampiro:_A_M%C3%A1scara

  • Clãs:

Malkavians:

Dominadores, envolventes e em sua loucura perigosos e poderosos." (Estereótipo sobre os Malkavianos.)

Fundador: MALKAV Até 2800 a.C Malkav estaria em Israel ou Moab (Jericó). Sua progênie Elimelech foi abraçada ali por volta de 1100 a.C, e possivelmente possa estar em torpor na Jordânia ou sob Jerusalém, na Arcádia ou espalhado na Rede de Loucura Malkaviana (eu aposto nesta).

Alcunha: Lunáticos

Fraqueza: Todos os malkavianos são irremediavelmente insanos e possuem uma perturbação que pode ser temporariamente ignorada ou permanentemente superada.

Disciplinas: Auspícios -- Demência(antes de serem afetados pela insanidade, os Malkavianos possuiam a Disciplina Dominação) -- Ofuscação. (fonte: wiki)

"Mesmo os outros clãs temem os Malkavian. O seu sangue amaldiçoado poluiu a suas mentes, como resultado disso, todos os Malkavian sofrem irremediavelmente de perturbações mentais. O pior de tudo é que a locura dos Malkavian pode assumir qualquer forma, como excessivas tendencias homicidas. Os poucos cujas psicoses são imediatamente obvias, são dos mais terriveis vampiros a andar pelas ruas.
Desde os primordios, os Malkavian têm agitado toda a comunidade de vampiros á sua passagem. Apesar de o clã não ter provocado grandes guerras nem ter feito derrubar nenhum governo dos mortais (pelo menos, não com o conhecimento de todos os outros vampiros), a simples presença de um Malkavian é o suficiente para haver mudanças subteis numa cidade. O caos rodeia os Malkavian, e aqueles que se associem mesmo com o mais bem intencionado dos Malkavian, muitas vezes vêm a sua vida mudar pela demência destes vampiros."(fonte: Página oficial do Clã Malkavian).

Para saber mais sobre os Malkavians visite:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Malkavian
http://themalkaviansclanpt.blogspot.com/

Para saber mais sobre os demais clãs:
http://vtm-core.hit.bg/vtm04.html (em inglês - versão livro)
http://lord-nosferatu.planetaclix.pt/Clas/Clas.htm

(5) O despertar (Parte III) A hora da “verdade”?

Neste momento, pela primeira vez Aimée consegue abalar a aparência tranqüila de Chantal que, notoriamente, mostra-se temeroso diante da pergunta. Chantal sabia que aquele momento era crucial. E, mesmo ensaiando diversas vezes o que fazer, ainda não tinha a menor idéia do que a diria. Deveria começar pelo início, supunha ele, mas qual deles?

Aimée já o fuzilava com um olhar impaciente quando ele resolveu assumir a situação e deixar a moça a par dos fatos.

- Aimée... Desconfio que já saiba da sua real condição, que agora já não é mais uma humana.

- Hmm... Acho que sim – interrompe ela.

- O que sabe, até agora, sobre vampiros?

- Não sei muita coisa. Para falar a verdade, os ignorava até, vejamos... Três noites atrás. Pensava em seres sinistros, que devoram pescoços e atacam pessoas no calar da noite – a ironia nas palavras da jovem era eminente – Mas, estava certa de que isso eram apenas contos.

Chantal, ao contrário do que Aimée pensara, parecia gostar de sua insolência. Cada gota de ironia, cada palavra em forma de desafio pareciam o deixar mais contente e, faziam abrir um sorriso leve, bondoso, no canto de sua boca.

- Pois bem, - Inicia o homem – Na verdade, os contos que são repassados as crianças não passam de meras fantasias, verdades distorcidas sobre nós, que habitamos “este mundo” muito antes do que os humanos supunham. Não, nem todos nós somos os monstros retratados nas suas bizarras histórias infantis. Porém, alguns entre nós, desenvolveram uma certa antipatia pela raça humana, esqueceram-se da nossa origem e, hoje, acreditam serem seres superiores.

Agora, a jovem, nervosa e impaciente, concentra-se na narrativa afim de descobrir porque Chantal havia se desequilibrado e se estendia tanto na explicação da pergunta que fizera.

- Como os humanos, – continua ele – Possuímos uma sociedade organizada de forma complexa e efetiva, que seguem rumos de acordo com nossas crenças, além de sermos divididos entre nós por clãs que são mais ou menos como as etnias dos humanos. – Fez uma pausa para contemplar o semblante curioso da jovem e criar ânimo para lhe contar o que vinha depois. Eu – prossegue em tom triste- Possuo em meu sangue algo terrível e, agora você também o possuí. Como uma maldição, carrego o fardo de pertencer ao clã Malkavian.

(continua...)

domingo, 18 de outubro de 2009

(4) O Despertar ( Parte II)

domingo, 18 de outubro de 2009

Aimée engasga sem conseguir distinguir o turbilhão de emoções que a assolam. Sente vontade de chorar, gritar, implorar para que Chantal a devolva o que havia lhe tirado. Sua cabeça parecia explodir. Como poderiam existir tais seres? Não seriam apenas histórias de terror que contavam as crianças na tentativa de dominá-las?

Cabisbaixa e pensativa a jovem retoma o olhar ao seu novo mentor. Ela tinha inúmeras perguntas e, embora não lhe fosse agradável aquela situação e a vontade de fugir a consumisse, sabia que apenas ele pudesse as responder.

- Por quê? Diz ela num tom irreverente.

- Desculpe... Não a entendi. Chantal parecia dispor de uma calma inimaginável. Enquanto Aimée esgotava cada neurônio seu tentando assimilar aquela situação, ele a olhava serenamente. Não tinha preocupações e parecia simplesmente ignorar a tortura pela qual a jovem se submetia mentalmente.

- Que tipo de... Hum... Coisa você é? - Não somos coisas e, se fôssemos, certamente você seria a mesma coisa que eu.

- Há quanto tempo estive desacordada? - Pouca coisa. Três noites e dois dias.

- Pouca coisa? Você doido ou algo assim?

- Aimée, esse tempo não é nada perto da eternidade que agora a espera.

A calma com que Chantal a respondia, a forma com que falava, não aumentando um tom sequer em sua voz, desdenhando o tempo, as horas, irritava Aimée no fundo de seu ser. O que ela fazia com ele? Por que ainda não havia ido embora? Ainda tentando entender o motivo de ser transformada naquela criatura a jovem, agora, faz a pergunta certa.

- Por quê? Por que entre tantas pessoas nessa cidade, nesse mundo... Por que você me escolheu?

(continua...)

sábado, 17 de outubro de 2009

(3) O despertar (Parte I)

sábado, 17 de outubro de 2009
Aimée, estranhamente, podia sentir cada movimento de seu corpo, mas parecia não estar mais nele. Ela viu quando o homem encostou o nariz no seu e a encarou com o olhar mais triste que já vira. Podia sentir um arrepio frio subir por sua espinha. Então, delicadamente, como se colhesse a rosa mais perfeita do jardim, o homem tocou levemente seu pescoço. Aimée fechou os olhos. Uma brisa fria e cortante, que parecia atravessar a alma da jovem, soprou naquele momento. E como num beijo sinistramente romântico ele mordeu-lhe o pescoço. Depois disso, tudo escureceu.

Os sinos da catedral badalavam marcando a hora exata de duas da manhã. Eles pareciam presos em sua cabeça e, isso, fez com que Aimée despertasse do sono que estava.A jovem olha ao redor: o lugar era úmido, escuro. Tinha paredes e pilares desenhados na mais bela forma gótica. Era encantador. Enquanto tentava colocar os pensamentos em ordem e descobrir como havia chegado a aquele lugar e, ao mesmo tempo, se esforçando para digerir a última lembrança que tinha na mente, Aimée não nota que o homem está parado em um dos cantos a observando.

- Vejo que já está acordada - pergunta a voz em um canto escuro da sala - Sente-se melhor?

Aimée sente-se desnorteada e, sem saber ao certo se deveria ou não responder, murmura de forma quase inaudível.

- Sim... Acho que estou. E continua presa nela mesma, tentando juntar os pedaços recortados de memória que seu cérebro a oferecia.

Percebendo isso, o homem sai do canto e escuro e se aproxima na tentativa de a lembrar do acontecido e explicar o passava em sua mente.

- Me chamo Chantal. Diz ele de forma bondosa. Se isto a ajuda, você está em minha casa. Esteve repousando durante um tempo.

A jovem se surpreende ao ver Chantal e, neste momento, constatar que o que parecia um pesadelo preso em sua mente acontecera de verdade. Então, tentando acreditar naquela situação absurda, ela leva sua mão trêmula até o pescoço como se suplicasse para que não houvesse nada nele. Mas, como ela já suspeitava duas pequenas e alinhadas cicatrizes a marcavam como duas tatuagens eternas que jamais poderia remover e que, certamente, mudariam o curso de sua vida.

(continua...)


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

(2) O começo do começo (Parte II) A face da morte.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009
À medida que seu rosto era desvendado pela fina luz derramada pelos postes, a jovem viu-se como se não fizesse mais parte daquele corpo. Como se sua alma estivesse desprendida e dançasse sobre sua cabeça. Tudo aquilo soava como um sonho, um pesadelo, uma sensação estranha e peculiar que jamais saberia descrever.

Foi então, que sentiu de leve uma pressão sobre sua mão. Virou-se de sobressalto, acordando daquela intensa ilusão para embarcar numa ainda maior. Aimée já não podia mais enxergar o ser que lhe atraíra a aquele momento fatal. A figura que lhe tocara a mão – a despertando daquele estado de transe - era ainda mais intrigante, envolvente e ainda mais bela. Neste momento, a jovem se entregara e, num instante, pode perceber, como sua vida, de forma alguma, poderia escapar daquele fim.

Agora, Aimée via seus irmãos. Uma imagem envelhecida que tinha o gosto mais nostálgico que já provara. Foi quando que de dentro da pobre cabana de pescadores surge ela: correndo com uma intensa alegria sem saber a face real do mundo que a esperava. Ingênua, doce, linda. Ela tinha cabelos castanhos escuros e olhos verdes como o mar que mostravam carregar cada alegria gerada nesse mundo. A jovem se reconheceu. Parecia que havia os deixado há séculos. Que sua viagem em busca de um algo mais, que ela já nem sabia mais o que era, havia lhe custado caro. Ainda não entendia porque nascera assim, porque tinha tanta sede de mudança, porque sua vida era tão cheia de interrogações.

A figura toca-lhe novamente a mão levando-a, neste momento, para a taverna em Bordeaux. Aimée vê sua querida amiga Cécile e, pela primeira vez sente vontade de chorar. Há anos Amiée dividia seu quarto, sua vida, suas lembranças e seus fantasmas com a amiga. Cécile era o ser humano mais próximo que tivera desde sua partida da pequena Quimper, a única forma de família que a jovem conhecera desde então.

Quanto Aimée sentiu que não podia mais, quando percebeu que sua vida se esvaia por entre seus dedos e que cada lembrança arrancava um pedaço de seu coração, viu quão errada estava no momento de se entregar. Percebendo isso, a figura deslumbrante volta, a envolve em um sutil véu de cores, flores e perfumes: a morte a tirava para dançar. E, mais uma vez, a jovem deixa de lutar. Levemente, como plumas, elas voltam ao corpo inerte de Aimée que ainda observava o misterioso ser. Agora ela percebera: aquele era o camarote de seu grand finale.

(continua ...)




quinta-feira, 15 de outubro de 2009

(1) O começo do começo... (Parte I)

quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Aimée corria desesperadamente sem saber para que direção seus pés a levavam, mas isso não era o que mais a importava. Ao fundo, latidos de cães e o barulho de seus passos nas pedras que calçavam a antiga rua eram acrescidos aos de mais alguém. E depois disso nada. Apenas o velho, úmido e sombrio silêncio das ruas de Boordeaux. Neste instante, Aimée para bruscamente ao perceber que os passos que pareciam a seguir, agora, estavam vindo ao seu encontro. A idéia de deixar o pequeno vilarejo onde nascera anos atrás já não lhe parecia algo tão sensato.

O terror corria em cada veia, em cada parte de seu corpo e a gélida noite se apresentava como um ceifador silencioso que lhe tirava o oxigênio do ar, levando consigo seus suspiros e tormentos. De súbito, eis que ao longe surge uma face pálida, triste, sombria. Cabelos pretos, levemente compridos, lisos e uma silhueta magra se aproximava cada vez mais, deixando o ar embriagado minuto a minuto e desordenando os pensamentos mais claros que a jovem tinha em mente. Aquele ser era estranhamente encantador e, de forma esquisita, parecia dispor de uma beleza quase que insana.

Deslumbrando aquele semblante fugaz, Aimée já não queria mais correr. Lentamente, passo a passo, a ingênua e doce jovem cedia àquele momento. O homem congelado a sua frente não parecia fazer qualquer esforço para que a jovem agora quisesse vir até ele. O ar era notoriamente carregado de um doce perfume, e os olhos que já haviam visto tanto vislumbravam diante da imagem que lhes era apresentada. Por um breve instante Aimée sentiu o melhor e o pior que um ser possa experimentar neste mundo e com passos incertos, trêmulos e o pavor mais apaixonante que já sentira, a menina se juntou àquele que agora possuía cada linha de sua tênue vida.

(continua ...)

Bem Vindo(a)!

Noites atrás, ao olhar para um jornal que 'repousava' sobre o chão do quarto, mais especificadamente onde se encontra o banheiro de nosso cão, a luz das grandes idéias pairou sobre a cabeça de meu namorido.
Refletindo sobre o fato de que as pessoas possuem pouco tempo para se dedicar à leiura de livros, pensou ele que um livro em 'conta gotas', ou melhor, um livro-blog seria algo bacana para as pessoas que possuem apenas alguns minutos no dia para disfrutar de uma boa leitura.

Tendo isso em mente e juntando a minha facilidade para escrever (veja bem, facilidade não significa qualidade! hehe), ele teve a idéia de servirmos diáriamente uma dose de um manuscrito que comecei a escrever ainda no ensino médio, baseado nas nossas aventuras de RPG. Para ser mais exata, um romance escrito durante uma campanha de "Vampiro - A Idade das Trevas".

Bom, espero que curtam! Como dizem por ai, as grandes ideias vem das merdas que pensamos... essa pode-se dizer que veio literalmente! =)

A partir de hoje, o blog receberá todo dia um pedacinho do livro. (e, por favor, sejam bondosos com os erros gramaticais. Prometo que vou me atualizar e os corrigir depois que reaprender o tal do português.)
 
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