sábado, 17 de outubro de 2009

(3) O despertar (Parte I)

sábado, 17 de outubro de 2009
Aimée, estranhamente, podia sentir cada movimento de seu corpo, mas parecia não estar mais nele. Ela viu quando o homem encostou o nariz no seu e a encarou com o olhar mais triste que já vira. Podia sentir um arrepio frio subir por sua espinha. Então, delicadamente, como se colhesse a rosa mais perfeita do jardim, o homem tocou levemente seu pescoço. Aimée fechou os olhos. Uma brisa fria e cortante, que parecia atravessar a alma da jovem, soprou naquele momento. E como num beijo sinistramente romântico ele mordeu-lhe o pescoço. Depois disso, tudo escureceu.

Os sinos da catedral badalavam marcando a hora exata de duas da manhã. Eles pareciam presos em sua cabeça e, isso, fez com que Aimée despertasse do sono que estava.A jovem olha ao redor: o lugar era úmido, escuro. Tinha paredes e pilares desenhados na mais bela forma gótica. Era encantador. Enquanto tentava colocar os pensamentos em ordem e descobrir como havia chegado a aquele lugar e, ao mesmo tempo, se esforçando para digerir a última lembrança que tinha na mente, Aimée não nota que o homem está parado em um dos cantos a observando.

- Vejo que já está acordada - pergunta a voz em um canto escuro da sala - Sente-se melhor?

Aimée sente-se desnorteada e, sem saber ao certo se deveria ou não responder, murmura de forma quase inaudível.

- Sim... Acho que estou. E continua presa nela mesma, tentando juntar os pedaços recortados de memória que seu cérebro a oferecia.

Percebendo isso, o homem sai do canto e escuro e se aproxima na tentativa de a lembrar do acontecido e explicar o passava em sua mente.

- Me chamo Chantal. Diz ele de forma bondosa. Se isto a ajuda, você está em minha casa. Esteve repousando durante um tempo.

A jovem se surpreende ao ver Chantal e, neste momento, constatar que o que parecia um pesadelo preso em sua mente acontecera de verdade. Então, tentando acreditar naquela situação absurda, ela leva sua mão trêmula até o pescoço como se suplicasse para que não houvesse nada nele. Mas, como ela já suspeitava duas pequenas e alinhadas cicatrizes a marcavam como duas tatuagens eternas que jamais poderia remover e que, certamente, mudariam o curso de sua vida.

(continua...)


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